Entidades manifestam apoio aos opérarios de Rondônia
Do MAB
Reforçamos o convite para que todas as organizações assinem o Manifesto de Apoio aos Operários e atingidos pelas Usinas de Jirau e Santo Antônio, hidrelétricas localizadas no Rio Madeira, em Rondônia.
Do MAB
Reforçamos o convite para que todas as organizações assinem o Manifesto de Apoio aos Operários e atingidos pelas Usinas de Jirau e Santo Antônio, hidrelétricas localizadas no Rio Madeira, em Rondônia.
Os operários estão em greve há vários dias e as duas obras estão totalmente paralisadas. É fundamental que a luta dos operários e atingidos nesta região seja vitoriosa, porque ali está em disputa o padrão de tratamento que as empresas tentam impor aos operários e atingidos, com baixos salários, péssimas condições de trabalho, altas jornadas, etc.
Ajude a massificar este manifesto e busque novos apoios. As organizações que quiserem este manifesto podem enviar um email para: [email protected] ou [email protected].
Leia a seguir o manifesto:
Neste mês de março, acompanhamos a revolta e greve dos operários nas usinas de Jirau e Santo Antônio, localizadas no Rio Madeira, em Rondônia, sob responsabilidade – respectivamente – das empresas Camargo Corrêa e Odebrecht. Várias outras revoltas semelhantes já haviam ocorrido e vêm ocorrendo em varias partes do Brasil.
Nós, do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, da Plataforma BNDES e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Brasil), tomamos uma iniciativa conjunta com as demais organizações que assinam este documento, de manifestar solidariedade pública à legitima luta dos operários e atingidos destas duas usinas. Também estamos denunciando e reivindicando que o Tribunal Regional do Trabalho de Rondônia reveja sua decisão e cancele imediatamente a multa diária de R$ 50.000 sobre a organização dos operários (STICCERO/CUT) e reconheça a greve dos operários da Usina de Santo Antônio como legítima. [ Greve dos operários da Usina de Santo Antônio, no rio Madeira, Rondônia]
Os operários, assim como a população atingida, estão sendo vítimas de uma brutal exploração e pressão, imposta pelas empresas responsáveis por estas usinas, para acelerar a construção das obras e antecipar o final de sua construção. A grande maioria dos operários recebem salários extremamente baixos e são vítimas de longas jornadas de trabalho, péssimas condições de trabalho e segurança, violência e perseguição, acordos não cumpridos, transporte de péssima qualidade e ameaças constantes de demissão. Essa tem sido a realidade constante destes trabalhadores e trabalhadoras que, através de suas greves e mobilizações, vêm denunciando e cobrando soluções imediatas.
No caso da usina de Jirau, havia uma previsão estimada pelas próprias empresas, de antecipação de um ano na sua construção final. Significa que o ritmo de construção e trabalho foi acelerado em torno de 25%, para além da previsão do previsto como “normal” pelas próprias empresas no início da obra. Esta antecipação trará como ‘benefício’ às empresas a diminuição dos custos com os operários em valores próximos a um bilhão de reais e as empresas também ganharão o direito de vender esta energia previamente gerada no mercado livre, que significará em torno de R$ 190 milhões de faturamento a cada mês de antecipação. E se realmente for construída com um ano de antecedência, significa um faturamentodeR$ 2,4 bilhões, algo próximo ou equivalente a R$ 120 mil/operário. Em troca, os trabalhadores estão recebendo das empresas a superexploração, com baixos salários, jornadas extenuantes, restrição às folgas e péssimas condições de trabalho e o risco de demissão em massa ao final da construção.
Portanto, nos colocamos em total apoio à luta e às reivindicações dos operários e dos atingidos por estas obras e exigimos a imediata solução à seus problemas e reivindicações.
ASSINAM:
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Plataforma BNDES
CUT Nacional
Conticom/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira da CUT
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST
Associação Nacional dos Estudantes de Engenharia Florestal – ABEEF
Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
Comissão Pastoral da Terra – T
Conselho Indígena Missionário – CIMI
Pastoral da Juventude Rural
Centro de Defesa da Criança de do Adolescente Maria dos Anjos
Rede Brasileira pela Integração dos Povos – Rebrip
Associação Missão Trembembé – AMIT
FOBOMADE – Bolívia
Comitê Nacional de Enfrentamento á Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes
Fase – Solidariedade e Educação
Pañuelos en Rebeldía – Equipo de Educación Popular
Assembléia Popular
Marcha Mundial das Mulheres
Sind. Eletricitários de Florianópolis e Região/SC – SINERGIA
Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte – GPEA-UFMT
Instituto Caracol
Sismuc – Sindicato dos Servidores Publicos Municipais de Curitiba
Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público de SC – Sintespe